ÁFRICA, UM CONCEITO OCIDENTAL
A África não é simplesmente um continente ou um aglomerado de países, mais um conceito que o mundo ocidental criou sobre o continente Africano. Nesse sentido falar de África é basicamente falar de um conceito forjado, inventado pelo mundo ocidental.
A maioria das imagens, dos discursos e das idéias que nos vem a cabeça quando ouvimos falar de África são todas criações ocidentais dentro de sua visão deturpadora. Por isso, o conceito, o nome de África é algo puramente ocidental.
Quando pensamos, imaginamos, atribuímos algo a África é em grande medida uma imagem de pessoas negra. A maioria delas em grande medida flagelada pela fome, por doenças, por epidemias ou daquela África propagandeada pelo cinema norte americano, de uma África selvagem, romantizada.
Criou-se também uma visão de que ao falarmos de África estamos falando de um país e não de um continente formado por diversos países, constituído de culturas e diversos povos. Influenciado por esse conceito europeu criamos a imagem de áfrica como algo homogêneo, como um todo e não separado por suas partes distintas.
Em grande medida essa imagem de áfrica que temos hoje foi produzida a partir do século XVIII, XIX pelo continente europeu, que vai colocar o continente africano como seu outro negativo. Onde os ocidentais constroem uma visão de superioridade em relação a eles. A partir dessa ideologia de superioridade criada pelo velho mundo, faz nascer uma série de preconceitos, até mesmo um processo de xenofobia extremamente forte dentro do continente europeu com aquilo que eles chamam de invasão dos povos Árabes. Isso é patente hoje em países como a França, Espanha, Itália e Alemanha.
Essa aversão aos Africanos vem crescendo cada vez mais no continente Europeu. A pesar dessa aparente aceitação por parte dos europeus com os africanos, não passa de uma máscara que encobre um preconceito ainda maior. Os europeus consideram os africanos ou descendentes deles como homens de segunda categoria.
A África é considerada como continente atrasado, repleto de barbarias, que ainda não conseguiu sair da idade média de um período de obscuridade. É essa a imagem que todo o mundo tem da África. Conceito esse propagado e divulgado por toda sociedade mundial e tido com grande credibilidade.
Quando imaginamos a África pensamos logo na figura do negro correndo pela selva, passando fome, pés descalços, catando o resto daquilo que o mundo despeja naquele continente. Esquecem que boa parcela dos Africanos é de cor branca, diferente da imagem que nos impuseram do negro como escravo, submisso ao europeu.
Devemos ter a consciência de que quando falarmos em África, não cometamos o mesmo erro de homogeneizar o continente africano como uma coisa só, pois estaríamos caindo dessa forma uma esfera de poder que nos faria ter uma suposta intenção de grandeza, superioridade com relação aos Africanos.
Foi nesse estigma de preconceito que a África foi inventada, foi pensada e que em grande medida ainda é divulgada pela mídia, pelos meios de comunicação, com o intuito de manter a dominação, o poder, nos seus aspectos, político, social e, sobretudo cultural.
Fazem uma divisão erronia em relação a esses povos, dizem que todos os africanos, continentes é, tudo uma coisa só, isso para desvalorizar o continente criando essa imagem pejorativa, pois uma vez que um determinado país do território da África seja considerado pobre ou de condições miseráveis todos estarão englobado nessa perspectiva. Essa divisão vai trazer grandes danosas consequências para África e para todas as nações desse continente. Pois uma vez que se tem esse pensamento desvalorizamos toda e qualquer manifestação cultural, social e política que seja produzida nessas sociedades.
Mas toda criação projeta pelos ocidentais em relação a África cai por terra na primeira análise mais sistematizada, mais aprofundada pois veremos que nada daquilo que foi formulado é de verdade o que realmente seria o continente africano.
A África não cabe dentro de todos os preconceitos cogitados pelos ocidentais em com relação a ela. Mas esse preconceito não se restringe única e exclusivamente da parte dos ocidentais, mas de uma boa parte da sociedade mundial. A começar pela mídia e pelos meios de comunicação. Isso podemos observar ma desvalorização de todo aqueles celebres nomes que fizeram história na sociedade mundial, mas que são descartados por serem desse continente desprezado por muitos.
No continente africano a corporeidade é muito valorizada, a presença do corpo, a forma de se expressar, os gestos, as cores e toda essa miscelânea. Mas em grande medida há influencia dos ocidentais que são contrários a essa manifestações, acham que o corpo não tem toda essa importância. Mas essa intolerância com ralação aos africanos faz com que haja um desmerecimento das tradições praticadas pelos africanos com seus corpos.
Se não tivermos cuidado faremos da historiografia uma arma nas mãos dos idealistas ocidentais e reproduziremos essa carga de preconceitos para com os africanos.
No Brasil de forma mais gritante poderemos observar esse preconceito absorvido dessa elite nos livros didáticos que destaca o negro como escravo, classe inferior, desprezada pela sociedade e depois da abolição os negros vão ser riscados das páginas dos livros, ou seja, só tinham importância quando eram usados, torturados em função de um senhor de engenho ou em qualquer tipo de serviço que desmerece a condição humana.
É preciso que ao explorar essa temática relacionada aos africanos, não sejamos reprodutores dessa cultura de desvalorização do negro, antes devemos problematizar esse tema como forma de instigar no pensamento daqueles que nos escutam o questionamento de o porquê que a África é tão menosprezada e encontrar formas de estimular uma solução para tais questionamentos e eliminar esse preconceitos criado, implantado em nossas cabeças.
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