quarta-feira, 2 de maio de 2012

A ERA DO IMPÉRIOS ( RESUMO DO TERCEIRO CAPITULO)

           Trabalho de pesquisa proposto pelo professor de Contemporânea II do curso de Licenciatura Plena em História, com finalidade de enriquecer o nosso conhecimento na área e mostrar as grandes mudanças e transformações  ocorridas na Era dos Impérios.  

A Era dos Impérios

            Depois de fazermos uma leitura analítico-sistemática do terceiro capítulo da obra de Eric J. Hobsbawm, A Era dos Impérios, é possível destacar a economia capitalista, enfatizando a sobreposição dos “avançados” economicamente sobre os “atrasados”, como afirma Hobsbawn ao dizer que o ritmo era determinado por seu núcleo capitalista, ou seja, pelas grandes potências mundiais. Seria a ditadura econômica capitalista, dando inicio assim ao período tido como dos impérios. Há o desenvolvimento da indústria capitalista. Esse momento da história de acordo com Lênin, não passa de uma das fases do capitalismo: a sua fase monopolista. Seria a tendência do capitalismo a eliminar a concorrência em direção ao monopólio.
            A característica desse momento da história se dá pela ampliação da rede ferroviária, pois era cada vez mais intensa a necessidade de um melhor acesso aos  países considerados “atrasados” para torná-los mais acessíveis, tende em vista que eram fontes de renda direta para os países colonizadores, pois  Segundo Hobsbawn, devido ao desenvolvimento tecnológico, era extremamente necessária à matéria-prima.
            A era dos impérios” nos remete aos processos mais contemporâneos. Nesse sentido, o século XIX, como diz Edward Said, se caracteriza por enunciar o conjunto de enunciações acerca daqueles indivíduos que foram tomados pela dinâmica do expansionismo industrial da época.
            Segundo o autor esse período, entre 1875 a 1914, e o período da história mundial em que governantes de várias partes do mundo se autodenominavam imperadores. Usando de seu poder para conquistas essas nações vistas como subdesenvolvida. Os favorecidos desse período foram aqueles que tinham a economia bem definida e que estavam militarmente bem estruturado como era o  caso da Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e outros. Até mesmo os Estado Unidos, que até então era colônia, passa a se considerar “avançados”, desenvolvido, tem seu crescimento como potência como nos mostra o texto.
            Foi a era em que se estabeleceu um novo tipo de império colonial. Foi nesse período que houve uma divisão formal do mundo em territórios de dominação política, com exceção da Europa e das Américas. As famosas “zonas de influência” como denomina Hobsbawm, onde o “Império” em questão mantinha o controle.
            Os continentes mais afetados, foram os continentes africano e o pacifico, pois foi inteiramente recordado pelos dominadores, repartidos por diversos impérios europeus, com raras exceções: a Etiópia (que conseguiu resistir ao mais fraco dos Estados imperiais: a Itália), o Marrocos e a Libéria, considerada insignificante, por não oferecerem os recursos que tais potencias visavam.
            A divisão dos territórios e a disputa entre as grandes potencias acarretou em drásticas conseqüências, podemos citar, a Primeira Guerra Mundial.
            Os africanos tiveram seus territórios distribuídos entre os impérios: britânico, francês, belga, alemão, português e em menor escala, Espanhol. A frança foi quem ocupou a maior parte da África Ocidental, no entanto a parte mais produtiva ficou com os britânicos.
            A expansão dos britânicos na África foi justificada pela necessidade de defender as rotas para as índias e também para se defenderem das ameaças das grandes potencias que lutavam por ideais semelhantes. Dentre os países conquistadores, a Grã-Bretanha, foi quem mais se beneficiou com o imperialismo, pois firmou sua supremacia econômica, que sempre teve estreita relação com os mercados ultramarinos e as fontes de produção primaria.
            Já o Pacifico foi talhado entre os britânicos, franceses, holandeses, norte-americanos e alemães. Uma pequena parcela coube ainda ao Japão, não restando nenhum Estado independente.
            Cerca de um quarto da superfície do globo foi distribuído ou redistribuído, como colônia, entre meia dúzia de estados. A divisão do globo entre as potências da época tinha um puro caráter econômico. Era puro investimento, que incentivou o imperialismo. Podemos eliminar o conceito criado posteriormente, que afirmava que o imperialismo era consequência da dinâmica econômica internacional que teve seu tempero na competitividade entre as potencias que queriam o crescimento de suas produções que a cada dia crescia e se intensificava.
            Os impérios asiáticos, ou pelo menos, boa parte deles, permaneceram independentes, muito embora, tenham sido delimitados como “zonas de influência”, devido ao seu desprezo político e militar.
             É possível observar a criação de uma economia global que se estabelecia entre as grandes hegemonias do momento. Houve uma sistematização da economia. O autor considera que a criação de uma economia global única, foi o acontecimento de maior relevância do século XIX.

Então, o fato maior do século XIX é a criação de uma economia global única, que atinge progressivamente as mais remotas paragens do mundo, uma vez mais densa de transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiros e pessoas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido.

            Para que houvesse uma continuidade desse poderil era necessário que os dominadores permanecessem conquistando seu espaço no mercado, suas fontes de renda. Esse seria o motivo mais convincente para a expansão colonial. Portanto o ponto a ser destacado é que a economias desenvolvidas sentiu simultaneamente a necessidade de novos mercados, para que houvesse desenvolvimento econômico. Como podemos confirmar com as palavras do autor quando o mesmo ressalta que:             o desenvolvimento tecnológico agora dependia de matérias-primas que devido ao clima ou ao acaso geológico, seriam encontradas exclusiva ou profusamente em lugares remotos.
            Desta forma, a expansão e exploração foram essencialmente para o desenvolvimento do Capitalismo, pois era extremamente rentável o processo de ampliação dos setores econômicos.    
Vale salientar que além de toda exploração cometida, os conquistadores ainda consideram os conquistados como seres inferes em todos seus aspectos, desconsiderando toda e qualquer manifestação cultural dos países invadidos.

A novidade no século XIX era que o não-europeus e suas sociedades eram crescentes e geralmente tratados como inferiores, indesejáveis, fracos e atrasados, ou ao menos infantis. Eles eram objetos perfeitos de conquista, ou ao menos de conversão aos valores da única verdadeira civilização, aquela representada por comerciantes, missionários e grupos de homens equipados com armas de fogo e aguardente.

Criou-se preconceitos com relação aos “países de peles escuras”, como inferiores, como propícios a dominação e que fortaleceram a política imperialista, como podemos conferir nas palavras do compositor da obra.                       Entretanto, é impossível negar que a idéia da superioridade em relação a um mundo de peles escuras situado em lugares remotos e sua dominação era autenticamente popular, beneficiando, assim, a política do imperialismo.
O ciclo de poder e competição envolvendo as superpotências foi muito importante, pois provocou um avanço significativo na economia mundial. Todos esses aspectos levaram a uma competição no plano internacional entre os países industrializados, dando origem, assim ao Imperialismo. As potencias mundiais queria o monopólio do poder e com isso usavam de toda artimanha possível. Como diz Rudolf Hilferding  em sua obra “O Capital Financeiro”, a competição tende a criar monopólios e estes podem controlar outras firmas pequenas com quem negociam. Podemos afirmar que da mesma forma aconteceu no processo de exploração das colônias, onde os países “desenvolvidos” controlam os “subdesenvolvidos” impondo suas ideologias e negociando essas colônias como objetos de mercado.
O capitalismo no ocidente consistia numa pluralidade de economia nacional rivais, onde havia uma corrida diária em direção a conquista de mais poder. Cada uma procurava sobrepor-se a outra.
Houverem tentativas de explicações, não econômicas, para invasão das colônias, para formação do “novo imperialismo”, no entanto sem fundamentações convincentes, como nos mostra o autor procurando destacar que seria algo impossível não haver sentido parcimonioso na opressão das colônias.                               A tentativa de formular uma explicação puramente não econômica para o “novo imperialismo” é tão irrealista como a de explicar em termos puramente não econômicos o surgimento dos partidos operários.
Vale salientar que a economia desregrada causou uma desigualdade econômica entre as metrópoles e os países dependentes. Mas que segundo Hobsbawn encorajou as massas, e sobretudo as potencias descontentes, a se identificarem ao Estado e à nação imperiais.
            Hobsbahawm, defende que mesmo sendo o colonialismo apenas um dos aspectos de uma mudança mais geral das questões mundiais, foi o de impacto mais imediato. Pois causou uma série de transformações nas várias sociedades mundiais, das potências e não potências.
            O imperialismo foi o memento da história onde houve uma estabilidade econômica significativa, onde as potencias conquistaram espaço, fortaleceram sua economia, usaram a ciência como fonte de poder. Avançaram mar adentro conquistando e “descobrindo” novo mundo. Foi produto de uma era de concorrência entre economias industrial-capitalista rivais e de incertezas econômicas, mas que de forma mas clara é o período em que há uma firmação do capitalismo financeiro, onde segundo o autor a exploração coloniais é apenas um sintoma e uma característica dessa nova etapa.    
            O texto ressalta que o imperialismo foi o era onde os padrões da época eram determinados pelos ocidentais. Como nos relata Hobsbahawm ao dizer que, o mais poderoso legado cultural do imperialismo foi uma educação em moldes ocidentais para a minoria de vários tipos.
            A era dos Impérios, foi um momento de grande relevância, pois não se resumiu a acontecimentos econômicos e política, mas a uma série de alterar sociais, culturais e etc.
Contudo, a Era dos Impérios não foi apenas um fenômeno econômico e político, mas também cultural: a conquista do globo pelas imagens e aspirações transformadas de sua minoria “desenvolvida”, tanto pela força e pela instituição como por meio do exemplo e da transformação social.   

         Não podemos deixar de mencionar que o imperialismo trouxe o triunfo de uma pequena porção da sociedade européia que se sobrepôs sobre as outras nações mundiais. Também o período de incertezas. Criaram uma cultura voltada para imagem determinada pelas idéias do europeu. Diz-nos o autor:

Num certo sentido, o imperialismo destacou o triunfo dessas classes e das sociedades criadas á sua imagem como nada mais poderia ter feito. Um pequeno número de países, sobretudo do noroeste da Europa, dominou o planeta.  

         Esta foi a período onde o poder aquisitivo, o poder das classes, determinava o destino de um povo, de uma nação.  Como podemos conferir no texto quando o autor escreve, “um pequeno número de homens das classes altas e média desses países – altos funcionários, administradores, homens de negocio, engenheiros – exerciam efetivamente aquela dominação.”
          Podemos dizer que o prodígio do Imperialismo possui diversas dimensões, entre elas a econômica, a política, a cultural e a ideológica, onde um pensamento eurocêntrico levou um grupo a considerarem-se superiores a todas as outras nações, criando uma séria de estruturas e relações políticas e econômicas que constituíram um marco doutrinal ou um modelo a ser seguido e que nos ajuda a compreender o que os homens denominam impérios.

WellAquino

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